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A doença degenerativa do disco está tipicamente associada com o envelhecimento, isto é, irá ocorrer em todas as pessoas. Com o avançar da idade, seus discos, assim como outras articulações do corpo, degeneram (desgastam). No entanto, alguns pacientes muito jovens e até mesmo adolescentes, já podem ter degenerações acentuadas. Alguns casos, podem ter relação com a hereditariedade (histórico familiar) e outros podem estar relacionados a sobrecargas excessivas ao disco intervertebral.
Os discos intervertebrais são estruturas que funcionam como "amortecedores” entre os ossos da coluna (vértebras). Normalmente, eles apresentam um conteúdo líquido e protéico em seu interior (núcleo pulposo) e são envoltos por uma cápsula fibrosa (ânulo fibroso). Além de amortecerem os impactos, permitem uma mobilidade fisiológica e normal entre as vértebras.
A doença degenerativa do disco inicia com a perda da flexibilidade e elasticidade do disco. Nessa fase inicial, ocorre desidratação do interior do disco e sinais inflamatórios ao seu redor. A medida que ocorre a progressiva desidratação do disco, ele torna-se mais rígido e perde sua altura normal. A rigidez do disco pode limitar seu movimento e eventualmente causar dor local pelo processo inflamatório associado.
Fases de evolução da doença discal degenerativa
A desidratação discal é a primeira fase de desgaste do disco. Nessa fase, o disco está no seu lugar habitual (entre as vértebras), porém tem uma alteração de sinal na ressonância magnética pela perda de água. Pode ou não haver achatamento do disco nesse estágio.
A protrusão discal e abaulamento discal são termos sinônimos que indicam uma segunda fase de desgaste do disco. Nessa fase, está presente algum deslocamento do disco da sua posição habitual. Esse deslocamento geralmente é para a região do canal vertebral, onde estão a medula espinal e raízes nervosas. Nesse estágio, a cápsula fibrosa do disco (ânulo fibroso) está íntegra. Portanto, não há extravasamento do conteúdo interno do disco (núcleo pulposo).
É muito importante correlacionar as imagens do paciente com a história clínica e exame físico, pois a maioria das protrusões/abaulamentos não causam sintomas. Nem sempre precisam ser tratadas. Por isso a importância de sempre passar em avaliação médica.
A hérnia discal é a fase subsequente de deslocamento do disco. Nessa fase geralmente ocorre ruptura da cápsula fibrosado disco (ânulo fibroso). Com isso, a chance de compressão neurológica e sintomas é maior.
FIGURA 2. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DEMONSTRANDO LESÕES DISCAIS AO NÍVEL DE L3-L4.